O Bairro Mirandópolis I
O bairro aparece em mapas desde 1914.
A
família Rocha Miranda era uma das proprietárias de terras na região.
Provavelmente o nome Mirandópolis venha daí.
Minha
memória vai até aproximadamente 1953, quando foi inaugurada a extensão da linha
de ônibus 11-Vila Mariana, da CMTC, que fazia ponto final na esquina da Rua
Napoleão de Barros em frente à padaria, que naquela época era um bar. Encontrei
referência desta linha de ônibus já nos anos 30, pertencente à Auto Viação
Jabaquara. Os ônibus ficavam parados em fila até onde fica hoje o “Supermercado
Santa Fé”, vale a pena citar que é hoje o melhor supermercado do bairro com
muita variedade e um atendimento nota 10.
Logo
substituídos por iguais a este
Isto é
o que restou da residência desta senhora. Quando faleceu, na década de 70, era uma casa
habitável.
Subindo
a rua, no nº 1658 havia a “Farmácia do Sr. Marques”. Era farmacêutico, mas
fazia as vezes de médico do bairro. Vestia-se todo de branco e circulava no bairro em um Sinca Chambord. Quando garoto fui muitas vezes atendido por ele quando adoecia.
Iniciou sua farmácia nesta esquina da Rua das Orquídeas com Rua D. Luiz de Bragança, onde é hoje um bar noturno.
No Nº 1566 encontrava-se a Quitanda da Dona Ema, que eram um casal de Italianos amigos de meus pais, seu marido quando ia na missa de domingo na Igreja Nossa Senhora da Saúde, se vestia com um terno cinza riscado e um cravo vermelho na lapela. Hoje no local encontra-se o simpático bar “Seu Gois”
Quando
voltávamos do centro da cidade, descíamos do ônibus em frente ao Nº 1536. Na
época a única condução para o centro era a Linha 11-Vila Mariana ou o bonde
23-Domingos de Moraes que saía da Praça João Mendes e passava na Av. Jabaquara.
O abrigo está lá na Praça João Mendes até hoje. Fazia ponto final na Praça da Árvore.
Subindo
a Rua Luís Góis em direção à Av. Jabaquara, encontramos na esquina da Rua 3 de
Maio a casa que era a residência de “William Salem”, que foi prefeito em São
Paulo, por um curto período e vereador em várias legislaturas.
Na outra esquina da mesma rua, no N° 1466, encontra-se o sobrado que foi do Sr. Júlio que era taxista. Lembro ainda do Chevrolet 1946 preto. Tinha 2 filhos, a Maria e o Wilson. No carnaval nos levava, eu e minha mãe por um passeio no centro da cidade. Recordo que foi a primeira vez que passei pelo túnel da Av. 9 de julho, que me impressionou muito
Chevrolet igual ao do Sr. Julio
No local hoje há O “Bazar Sta. Bárbara”. Um dos poucos locais no bairro onde se vendem ainda lãs e linhas para aviamentos e costura.
Esta é
a casa que eu morava até os cinco anos de idade. Foi aí que provei cachaça pela primeira vez na vida. Eu já morava na casa da Rua das Camélias e meu pai estava fazendo uma obra nessa casa e para agradar aos pedreiros comprou uma garrafa de cachaça. Até hoje quando provo alguma muito boa lembro do sabor que foi a cachaça da minha infância.
Na
esquina da Rua Primeiro de Março, ficava o excelente restaurante e pizzaria “Cipózinho”,
com seus garçons idosos e eficientes e muito boa comida e pizzas com borda
salpicada de gergelim. Hoje há uma loja de roupas no local. Quando mudou para o
prédio ao lado, parece que a qualidade ficou no prédio antigo. Hoje só abre no
almoço e até mudou de nome.
Seguindo-se
em direção à Av. Jabaquara encontra-se no Nº 1245 a “Doceira Marron Glacê, com suas coxinhas excelentes e uma rosca de
frutas ou de coco muito boa. Fora os bolos que podemos encomendar ali para todos os aniversários da família.
Um
pouco mais para cima no N° 123,
encontra-se ainda hoje o “Chaplin”, com sua boa pizza e muito boa comida, fora a decoração bem original e aconchegante. Só a
placa “Fechamos às Segundas Feiras” que não está mais lá, mas continua fechando
nesse dia, que é o descanso merecido.
No Nº 1022, havia a Pizzaria Moraes, com seu garçon Rocha que era amigo de meus pais. Comi muitas pizzas ali acompanhadas de vinho Aquatantiera, que era um dos melhores da época. Hoje há no local a loja “Pé de Minas” com queijos meia cura, frescos, requeijão, biscoitos de polvilho e outras coisas mineiras, bem como muitos doces.
No Nº
994, onde se encontra hoje a Loja de utilidades “Utilex”, havia o “Restaurante
Marialva”, especializado em bacalhau, com sua vitrine refrigerada de vidro e
mármore. Era da cantora Irene Coelho, nascida em Rio Claro e que cantava um
repertório de músicas portuguesas e se apresentava por lá. Lembro de ter ido lá
uma única vez com meus pais. Bacalhau sempre foi muito caro.
Na
esquina da Av. Jabaquara, onde está hoje o restaurante “Tá no Ponto”, com a
melhor coxinha e empadinha de São Paulo.
4 Comments:
Bem desconfiava que tu eras um cachaceiro de nascença
Parabéns! É muito bom ter a oportunidade de conhecer a história das ruas que fazem parte das minhas memórias de criança.
Belas memórias
Bairro de tradição
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