PRAÇA DA SÉ
Por ocasião de mais um aniversário da Cidade de São Paulo, estou dando início a uma série de postagens sobre diversos logradouros desta cidade, iniciando esta série pelo marco zero, sendo seu entorno outrora o centro das atividades comerciais, econômicas e de lazer da Cidade de São Paulo.
Ao lado esquerdo de quem entra na Catedral, ficava o Cine Teatro Santa Helena, prédio de uso comercial com o cine-teatro no térreo. Projeto do Arquiteto Italiano Corberi teve suas obras iniciadas em 1922 e concluídas em 1925. Por volta de 1933 sediou ateliê dos pintores Francisco Rebolo, Alfredo Volpi, Aldo Bonadei e muitos outros. Sediou também uma célula do Partido Comunista, que foi invadida pela polícia do Estado Novo. Infelizmente só conheci o Cine Santa Helena, já sem ser teatro, em sua decadência, no início da década de 60, mas posso atestar que continuava com sua imponência arquitetônica e sua beleza interior, já os filmes exibidos não posso dizer o mesmo. Mas antes tarde do que nunca!
Do outro lado da praça, na esquina com a Rua Barão de Paranapiacaba, ficava e fica até hoje o Bar e Pastelaria Modelo, onde eu desde os anos 60 sou fã do pastel de palmito, é o melhor de São Paulo ainda hoje, agora um pouco mais encharcado em oleo por conta da substituição do oleo de algodão pelo de soja. No meu outro bloguer: http://entresseio.blogspot.com vou publicar em breve a receita deste recheio de palmito que tanto me solicitam depois de conferir este pastel.




Para se obter condução rumo ao Jabaquara, a única opção era o bonde na Praça João Mendes, com as linhas 27-Vila Mariana, 23-Domingos de Morais, depois rebatizada para Praça da Árvore e 66-São Judas e também a linha 101-Santo Amaro e na mesma praça em frente ao fórum saiam as linhas 4-Ipiranga, 20-Fabrica, 21-Heliópolis, 22-Cambucí e 32 Vila Prudente. Os bondes eram abertos e tinham um reboque sem motor. Às 18:00 horas partiam lotados com muita gente pendurada no estribo, eu e meu pai, quando íamos ao centro costumávamos aguardar o bonde na Praça Carlos Gomes no ponto em frente ao cine Joia e assim sempre conseguíamos viajar sentados, já com os bondes fechados este expediente não era possível.
A segunda opção eram os ônibus na Praça da Sé de onde saiam as linhas Jabaquara, Vila Mariana, Ipiranga, Fábrica, Mazini, Aclimação e outros. Na Praça Clóvis Bevilacqua saiam os ônibus com destino aos bairros da Mooca, Vila Prudente, Vila Maria, Vila Medeiros e alguns bairros da zona leste, bem como os ônibus da Viação Cometa com destino a Santos e São Vicente, cujo terminal ficava ao lado do quartel dos bombeiros que está lá até hoje. Já os ônibus do Expresso Brasileiro, com o mesmo destino saiam da Av. Rangel Pestana junto ao Parque Dom Pedro, logo após o prédio da Secretaria da Fazenda em um edifício na esquina que encontra-se lá até hoje.
A segunda opção eram os ônibus na Praça da Sé de onde saiam as linhas Jabaquara, Vila Mariana, Ipiranga, Fábrica, Mazini, Aclimação e outros. Na Praça Clóvis Bevilacqua saiam os ônibus com destino aos bairros da Mooca, Vila Prudente, Vila Maria, Vila Medeiros e alguns bairros da zona leste, bem como os ônibus da Viação Cometa com destino a Santos e São Vicente, cujo terminal ficava ao lado do quartel dos bombeiros que está lá até hoje. Já os ônibus do Expresso Brasileiro, com o mesmo destino saiam da Av. Rangel Pestana junto ao Parque Dom Pedro, logo após o prédio da Secretaria da Fazenda em um edifício na esquina que encontra-se lá até hoje.
Isto assim funcionava até 1975, quando então foi inaugurada a primeira linha do metrô rumo ao Jabaquara, lembro-me como se fosse hoje, utilizei este transporte logo nos primeiros dias de funcionamento, saia da Praça da Liberdade e se não me engano ia até a estação Saúde, logo em seguida entrando em funcionamento a linha norte-sul como é hoje da estação Conceição à estação Santana, sendo a extensão ao Tucuruvi bem mais recente.



No lado direito ao bonde estacionado, que provávelmente era da Linha Santo Amaro, ficavam, como se pode ver, as carroças e charretes que eram os veículos mais usuais na cidade, os automóveis se contavam nos dedos nessa época. A charrete éra o taxi de hoje e a carroça equivalia a uma kombi usada no transporte de pequenas cargas. A operação dos bondes era feita pela Light até 1947, quando então foi fundada a CMTC que passou a operar os transportes de bondes e ônibus na cidade.
Hoje em dia pode parecer estranho, mas naquela época podia-se alugar um bonde para um casamento, batizado ou até funerais, bem como podia-se alugar também um bonde para transporte de materiais de construção ou qualquer outra carga, claro que tudo isto era possível desde que os destinos ficassem ao longo dos trilhos.
Silvio A. Neves